sábado, 19 de fevereiro de 2011

Noite de Outono

Mais uma vez caminho pelos bares em intermináveis horas. Desta vez é diferente, não espero nada, não quero coisa alguma. Apenas deslizar no fluxo ininterrupto das palavras. Primeiro o encontro inesperado, depois a fuga urgente. Toques suaves e tímidos de dedos deslizando. Viagem por luzes do oriente, a noite interminável. Conversa tensa e as mãos sobre a mesa.

Outra viagem e mais luzes. Toques mais suaves e quentes, palavras entrecortadas e alguns suspiros. Um novo fluxo e outra rota inesperada. O perfume exala. Lábios quentes tocam a pele macia. Os aromas outonais que se espalham. O suor surgindo e se misturando aos fluídos etéreos. O calor de teu corpo em cada nova curva antecipando um descobrimento. O peso de teu corpo sobre o meu e o calor que sobe da mão que acaricia lenta sentindo o coração.

Lembro da flor de cerejeira, quase a vejo cair lenta em sua beleza plena. O sol da manhã desintegra os últimos resquícios de qualquer pensamento e apenas contemplo tua partida e deixo meu corpo ficar. Caminho por ruas desertas procurando novos sinais, ou outro bar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segue Aê '